Neide Socio do fórum
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| Assunto: Van Gogh – Cartas a Théo IV Seg Dez 22, 2008 8:53 pm | |
| Mas Cartas nos contam também de suas múltiplas alegrias. Alegrias das cores, da luz; alegria por finalmente instalar uma casa, a “casa dos amigos”, iluminada por uma decoração em que o dominante é a cor da pura afeição, o amarelo triunfal, alegria em ver chegar o primeiro dos amigos, Gauguin. Apenas uma destas cartas talvez deixe entrever a iminente catástrofe. A seguir a correspondência cessa bruscamente – para só reiniciar quinze dias mais tarde. É que, neste intervalo, estourou o drama. Na noite de Natal, Vincent lançou seu copo à cara de Gauguin. À noite, ele decepa um pedaço de sua orelha e leva-a, bem embalada, para o outro vértice deste amargo triângulo amoroso: uma prostituta do bordel que ele freqüentava. Vincent está louco. Conduzem-no ao hospital (em Arles). E lá, entre duas crises, este homem surpreendente reencontra seu gênio, e pinta.
Pinturas correspondentes ao período em que estava internado em ArlesÓleo – Auto-Retrato com Bandagem na Orelha (Arles, janeiro 1889) Óleo – Noite Estrelada Sobre Rhone (setembro, 1888)
Óleo – Jardim Florescendo com Caminho (julho, 1888)Óleo – O Semeador (outubro,1888) Óleo – Enfermaria no Hospital em Arles (abril de 1889) Óleo – Retrato do Doutor Felix Rey (Arles, janeiro 1889) A 7 de janeiro, ele retorna para casa. Mas lá, revê apenas sombras, primeiro a sua própria; a seguir, a do amigo que partiu. E a vida torna-se então dolorosa. Alucinações se sucedem, obcecam-no, aterrorizam-no. Ele é possuído pelo pior dos sofrimentos: a angústia. As Cartas tornam-se pungentes. Perseguido em Arles por uma população que agora o teme e se assusta à sua vista, perseguido pela angústia da próxima crise, ele se decide, sob os insistentes conselhos de Théo e do pastor Salles, a entrar no asilo de Saint-Rémy. . | |
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