Neide Socio do fórum
Número de Mensagens : 203 Idade : 47 Localização : Santos - SP Reputação : 0 Pontos : 5805 Data de inscrição : 04/08/2008
| Assunto: O Vampiro, por Charles Baudelaire Ter Abr 28, 2009 4:14 am | |
| Tu que, como uma punhalada, Em meu coração penetraste, Tu que, qual furiosa manada De Demônios, ardente, ousaste, De meu espírito humilhado, Fazer teu leito e possessão - Infame a qual estou atado - Como um galé ao seu grilhão, Como o baralho ao jogador, Como a carniça ao parasita, Como a garrafa ao bebedor - Maldita sejas tu, maldita! - Supliquei ao gládio veloz Que a liberdade me alcançasse, E ao veneno, pérfido algoz, Que a covardia me amparasse. Ai de mim! Com mofa e desdém, Ambos me disseram então: "Digno não és de ninguém, Jamais te arranque a escravidão." Imbecil! - se de teu retiro Te libertássemos um dia, Teu beijo ressuscitaria O cadáver de teu vampiro!" Le VampireToi qui, comme un coup de couteau, Dans mon coeur plaintif es entrée; Toi qui, forte comme un troupeau De démons, vins, folle et parée, De mon esprit humilié Faire ton lit et ton domaine; — Infâme à qui je suis lié Comme le forçat à la chaîne, Comme au jeu le joueur têtu, Comme à la bouteille l'ivrogne, Comme aux vermines la charogne — Maudite, maudite sois-tu! J'ai prié le glaive rapide De conquérir ma liberté, Et j'ai dit au poison perfide De secourir ma lâcheté. Hélas! le poison et le glaive M'ont pris en dédain et m'ont dit: «Tu n'es pas digne qu'on t'enlève À ton esclavage maudit, Imbécile! — de son empire Si nos efforts te délivraient, Tes baisers ressusciteraient Le cadavre de ton vampire!» . | |
|