Agora é Rock!
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.



 
InícioBlogPortalÚltimas imagensProcurarRegistarEntrar

 

 As Charqueadas, parte II...

Ir para baixo 
AutorMensagem
Mestre Splinter
Administrador
Administrador
Mestre Splinter


Número de Mensagens : 319
Idade : 48
Localização : Pampa
Reputação : 0
Pontos : 5937
Data de inscrição : 28/02/2008

As Charqueadas, parte II... Empty
MensagemAssunto: As Charqueadas, parte II...   As Charqueadas, parte II... Icon_minitimeQui Mar 06, 2008 5:45 pm

OS BARÕES DO CHARQUE
O poder dos charqueadores pelotenses foi oficialmente consolidado a partir de 1829, quando o imperador dom Pedro I outorgou o primeiro título de nobreza a um fazendeiro do ramo. Coube a Domingos de Castro Antiqueira, proprietário da Charqueada do Cascalho - localizada na margem direita do arroio Pelotas - ostentar um título nobiliário em Pelotas: o de Barão de Jaguari. Antiqueira, foi também o primeiro e um dos únicos a ascender na hierarquia da nobreza brasileira, quando em 1846 foi declarado Visconde de Jaguari.
Até o final do período imperial, dez charqueadores receberam títulos de nobreza (veja quadro). "A outorga do baronato, que tinha como condição, quase sempre, certa fortuna acumulada, significava o reconhecimento oficial da Monarquia ao poder e ao prestígio de quem era agraciado", explica o historiador Mário Osório Magalhães.
Além de Antiqueira, apenas João Simões Lopes ascendeu à condição de visconde e passou para a história como o Visconde da Graça, em uma referência direta a sua propriedade a Charqueada da Graça, localizada na margem esquerda do arroio Pelotas.

O BARÃO DE JARAU
Joaquim José de Assumpção nasceu em Pelotas e tornou-se na segunda metade do século 19 um dos charqueadores mais prósperos da cidade e, segundo historiadores, foi - talvez - dono da maior fortuna do Rio Grande do Sul na sua época. Foi, também, fundador da Associação Comercial de Pelotas, que presidiu entre 1873-76. No campo social foi provedor e um dos principais mantenedores da Santa Casa de Misericórdia.

JOÃO SIMÕES LOPES, O VISCONDE DA GRAÇA
Filho de charqueador, nascido em Pelotas, chegou a frequentar o seminário São José, no Rio de Janeiro onde pretendia se ordenar padre, mas não o fez. Em seguida lutou ao lado dos farrapos nos primeiros tempos da Revolução Farroupilha, tendo sido preso e enviado à prisão de Presiganga e depois para Pernambuco de onde retomou para trabalhar na charqueada do pai. Casou duas vezes e teve 22 filhos. Foi um incentivador da realização de melhorias na infra-estrutura urbana de Pelotas como fundador da Companhia Hidráulica Pelotense e, posteriormente, da Companhia de Gás. Foi, também o doador, do primeiro prédio da Bibliotheca Pública Pelotense.

Fonte: Álvaro Guimarães - Diário Popular 06/07/2007



INTENDENTES E PREFEITOS
Proclamado o regime republicano em 15 de novembro de 1889, quatro dias depois os representantes da Câmara Municipal declaravam vagos os seus lugares, a fim de que a República escolhesse novos governantes. Em 25 de novembro o presidente do Estado, Visconde de Pelotas, nomeou umaJunta Administrativa, cujo mandato se prolongou até 6 de setembro de 1891. Era composta por Francisco Nunes de Souza (presidente), Gervásio Alves Pereira e António Soares da Silva. Em 5 de junho de 1890, a Junta foi acrescida de dois novos integrantes, Henrique Martins Chaves e Pedro Luís da Rocha Osório. Em 23 de julho de 1890, assumiu António Soares da Silva como presidente, Francisco Nunes de Souza foi substituído por Cipriano da França Mascarenhas e incluiu-se, na composição do colegiado, Alberto Roberto Rosa. Em 1891, Cipriano Mascarenhas foi substituído por Felicíssimo Manuel Amarante; Pedro da Rocha Osório, por Ildefonso Menandro Corrêa.
O primeiro intendente, Gervásio Alves Pereira, foi nomeado em l6 de setembro de 1891. Seu mandato, previsto para terminar em setembro de 1896, seria completado nos últimos seis meses, ainda através de nomeação, porAntero Vitoriano Leivas. Realizadas eleições, em 2 de julho, Antero Leivas foi o escolhido, exercendo então mandato efetivo entre setembro de 1896 e setembro de 1900.
Francisco de Paula Gonçalves Moreira, o terceiro intendente, renunciou em agosto de 1902, sendo substituído, através do voto popular, por José Barbosa Gonçalves. Realizadas novas eleições, em 4 de julho de 1904, Cipriano Corrêa Barcellos foi o escolhido, exercendo mandato efetivo até setembro de 1908.
O próximo intendente, José Barbosa-Gonçalves, exonerou-se do cargo em 9 fevereiro de 1912, assumindo o seu exercício Cipriano Barcellos, na qualidade de subintendente do lº distrito. Seguiram-se: Cipriano Corrêa Barcellos (1912-1916), Cipriano Corrêa Barcellos, reeleito (1916-1920), Pedro Luís Osório (1920-1924), Augusto Simões Lopes (1924-1928), João Py Crespo (1928-1932), Augusto Simões Lopes (1932-1933) e Joaquim Augusto de Assumpção Júnior (1933-1934).
- - - - - -

Mário Osório Magalhães
Fonte: Diário Popular 15/07/2007



DEPUTADOS PROVINCIAIS

Um Conselho Geral da Província, criado pela Constituição Imperial de 1824, atuou no Rio Grande do Sul entre 29 de novembro de 1828 e 28 de fevereiro de 1834. De caráter apenas consultivo, era composto por 21 membros, escolhidos por eleição indireta, em dois graus. Integraram esse órgão, durante esses seis anos, quatro cidadãos radicados em Pelotas — ou nesta região que, até a metade do período, era um distrito Vila do Rio Grande e, a partir de 1832, município autônomo, sob o nome de Vila de São Francisco de Paula. Foram eles, em ordem cronológica: José Rodrigues Barcellos (1828 e 1829), Antônio José Gonçalves Chaves, que em 1820 hospedou o viajante francês Auguste de Saint-Hilaire (1828 a 1832), José Inácio da Silveira e Antônio Joaquim da Silva Maia (1830 a 1833).
Em 12 de agosto de 1834, dia da aprovação do Ato Adicional, tal conselho foi substituído por uma Assembléia Legislativa Provincial, agora sim de caráter deliberativo. Composta inicialmente por 28 representantes, esse número elevou-se para 30 a partir de 1855 e até o final do Império. Em consequência da Revolução Farroupilha, suas atividades foram interrompidas de 1838 a 1845.
Entre 1835 e 1889, em 35 legislaturas, 35 cidadãos naturais de Pelotas ou aqui residentes elegeram-se deputados à Assembléia Legislativa da Província de São Pedro. A grande maioria, em número de 29, exerceu de um a oito mandatos; os seis restantes ocuparam entre 11 e 21 vezes o cargo de deputado provincial.
Exerceram apenas um mandato os seguintes pelotenses: Alfredo Gonçalves Moreira, Epaminondas Piratinino de Almeida, Francisco de Paula de Azevedo e Souza, João Simões Lopes, José Batista Pereira, Juvêncio Augusto de Menezes Paredes (poeta, autor de Parietárías), José Vieira Braga, Miguel Rodrigues Barcellos, futuro Barão de Itapitocai, Severino Ribeiro Carneiro Monteiro e Vasco Pinto Bandeira.
Dois mandatos: Antônio Joaquim da Silva Maia e Antônio José Gonçalves Chaves, já citados, Domingos José de Almeida, futuro vice-presidente e ministro da República Rio-Grandense, Henrique Bernardino Marques Canarim, João Batista de Figueiredo Mascarenhas e João Chaves Campello.
Três mandatos foram cumpridos por Antônio Mâncio Ribeiro, José Brusque, Saturnino Epaminondas de Arruda, Sebastião Rodrigues Barcellos e Vicente José da Silva Maia.
Quatro mandatos: Antônio Antunes Ribas, Antônio Vieira Braga e Joaquim Jacinto de Mendonça, que foi presidente do Sergipe.
Cinco mandatos: Francisco Antunes Gomes da Costa, futuro Barão do Arroio Grande, e Francisco Antunes Maciel, futuro Ministro do Império.
Seis mandatos exerceu Alexandre Jacinto de Mendonça.
Sete mandatos, Manuel Lourenço do Nascimento, pai do futuro Ministro de Floriano, na República, Alexandre Cassiano do Nascimento.
Oito mandatos, Antônio José Gonçalves Chaves, filho do Conselheiro Geral da Província e deputado do mesmo nome.
Onze mandatos, Joaquim José da Cruz Secco.
Doze mandatos, João Jacinto de Mendonça, que foi presidente da Província de São Paulo e que, ao falecer, constava em primeiro lugar na lista tríplice para Senador que seria submetida à apreciação de Dom Pedro II.
Quatorze mandatos foram cumpridos por Joaquim Vieira da Cunha.
Quinze mandatos, por Francisco Carlos de Araújo Brusque, que foi presidente das províncias de Santa Catarina (fundador da cidade de Brusque) e do Pará.
Finalmente, houve dois deputados pelotenses que exerceram o elevado número de 21 mandatos provinciais: Israel Rodrigues Barcellos e Joaquim José Afonso Alves, que foi presidente do Espírito Santo.

Mário Osório Magalhães
Fonte: Diário Popular 05/08/2007

Cronologia:

1777 - início do povoamento na região de São Gonçalo das Pelotas

1780 - instalação da primeira charqueada industrial em Pelotas por José Pinto Martins

9 / 7 / 1797 - nascimento de Domingos José de Almeida em Diamantina/MG

7 / 7 / 1812 - Alvará criando a Freguesia de São Francisco de Paula.

14 / 8 / 1812 - criação da paróquia de São Francisco de Paula

1819 - vinda de Domingos José de Almeida para Rio Grande/RS

1820 - vinda de Domingos José de Almeida para Pelotas, um ano depois de sua chegada em Rio Grande/RS

1 / 3 / 1821 - Domingos José de Almeida decide se radicar, em definitivo, no Rio Grande do Sul.

15 / 10 / 1822 - comemoração da Independência do Brasil em Pelotas promovida por Domingos José de Almeida e arcando com quase a totalidade das despesas da grande festa cívica.

21 / 12 / 1824 - casamento de Domingos José de Almeida com Bernardina Barcelos de Lima, filha de Bernardino Rodrigues Barcelos

18 / 6 / 1827 - morte de José Pinto Martins

7 / 12 / 1830 - elevação da freguesia à Vila de São Francisco de Paula

1832 - construção da barca “Liberal”, primeira embarcação movida a vapor no Rio Grande do Sul, por José Domingos de Almeida associado a Rodrigues Chaves.

1833 - nomeação de Domingos José de Almeida como membro do Conselho Geral da Província

1835 - eleição de Domingos José de Almeida como deputado da oposição à primeira Assembléia Legislativa Provincial

17 / 6 / 1835 - manifestação de Domingos José de Almeida como deputado na Assembléia Provincial, apoiando o nome de Pelotas, em substituição ao de São Francisco de Paula da antiga vila.

27 / 6 / 1835 - Elevação da vila à Cidade de Pelotas.

20 / 9 / 1835 - Revolução Farroupilha

6 / 11 / 1836 - Proclamação da República Riograndense, nos campos do Seival, e instalação do governo, em Piratini.

6 / 11 / 1836 - eleição de Domingos José de Almeida para vice-presidente da República Riograndense, compondo o primeiro governo republicano

6 / 11 / 1836 - nomeação de Domingos José de Almeida para Ministro do Interior e interinamente para Ministro da Fazenda da República Riogrnadense pelo presidente em exercício José Gomes de Vasconcellos Jardim, pois o presidente Bento Gonçalves da Silva estava impedido, prisioneiro dos imperialistas desde a batalha do Fanfa.

24 / 2 / 1843 - Por iniciativa de José Domingos de Almeida, fundação de Uruguaiana, única cidade devida à República Rio-grandense.

1843 - Elaboração do primeiro projeto de Constituição Republicana surgido no Brasil por comissão legislativa da qual fazia parte José Domingos de Almeida ao lado de Sá Brito, Ulhoa Cintra, Mariano de Matos e Serafim dos Anjos França.

3 / 3 / 1845 - pacificação da Guerra dos Farrapos

9 / 6 / 1854 - nascimento de Pedro Luís da Rocha Osório, o Cel. Pedro Osório.

1855 - fundação por Domingos José de Almeida de um hospital para as vítimas da cólera, em Pelotas

1858 - fundação do jornal Brado do Sul por Domingos José de Almeida, sendo redator Carl von Koseritz

9 / 3 / 1865 - nascimento de João Simões Lopes Neto

6 / 5 / 1871 - morte de Domingos José de Almeida em Pelotas

1871 - chegada de Pedro Osório em Pelotas, como balconista de ferragem e empregado de charqueada.

20 / 9 / 1884 - construção do Obelisco republicano.

7 / 4 / 1885 - inauguração do Obelisco republicano.

1886 - início da industrialização do charque de Cel. Pedro Osório, por conta própria.

1907 - início da primeira lavoura de arroz do Cel. Pedro Osório, no Cascalho.

1912 - fundação do Engenho São Gonçalo do Cel. Pedro Osório, o maior da América do Sul.

14 / 6 / 1916 - morte de João Simões Lopes Neto

5 / 3 / 1921 - inauguração da herma de Domingos José de Almeida, na Praça Cel. Pedro Osório

30 / 7 / 1928 - fundação do Sindicato dos Charqueadores do Rio Grande do Sul, sendo eleito presidente Pedro Osório

28 / 2 / 1931 - morte de Pedro Luís da Rocha Osório
Ir para o topo Ir para baixo
http://www.agoraerock.com
 
As Charqueadas, parte II...
Ir para o topo 
Página 1 de 1
 Tópicos semelhantes
-
» As Charqueadas, parte I...
» As Charqueadas, parte III...

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
Agora é Rock! :: Atávico Pampa :: História e Tradição-
Ir para: